segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Uma seresta de emoções"

Risos,choros e muita nostalgia. O Música na Chapa do último sábado (19) fez uma viagem no tempo com seus convidados: Gabriel Verardo Loures (Biel), José Maria Ramiro, Rubens Pinton, Luis Quirino de Freitas e João Carlos Santana (Carioca).

O tema seresta remete a emoções vividas por cada um. Músicas que falam de sentimento de amor, amizade, alegria e até tristezas. No programa, Márcio Sabones assumia sua emoção em estar na presença de símbolos da música sãojoanense e lisongeado pela confirmação de 100% dos convites.

Márcio Sabones e convidados

O Música na Chapa daquele sábado foi tão especial que uma hora e meia de bate papo com os convidados foram pouco. Dois violões acompanhavam os cantigos ao vivo do estúdio. "Foi delicioso, parecia que estávamos na sala de casa falando de música" - disse João Carlos Santana após o programa.

Foi o terceiro programa e acreditem, já é sucesso em toda a garbosa e região. Dezenas de telefonemas e e-mails de toda a parte do país eram lidos por Amado Roberto (operador de som) sem parar.

Além do tema seresta, muita diversão com o quadro Risada 0800 com Quirino o contador de histórias e A Chapa do Banguelê, imitações de Sabones.O parceirão Írio Henriques entrou ao vivo no ar em 2 blocos, tirando risadas de todos.

Muitas músicas que tiravam o ar com os seresteiros: Nelson Gonçalves, Agnaldo Timóteo, Orlando Silva, Orquestra Tabajara e e outros.

Desde já agradecemos os ouvintes e internautas que participam e escutam semanalmente nosso "Música na Chapa".

FIGURINHA CARIMBADA

No quadro Figurinha Carimbada desta semana, homenageamos o cantor Sílvio Caldas.
Sílvio Narciso de Figueiredo Caldas, cantor, compositor, violonista e ator nasceu no Rio de Janeiro no dia  23/5/1908



Ele era filho da gaúcha Alcina Figueiredo Caldas e do carioca Antônio Caldas, afinador, vendedor de pianos e compositor. O casal teve outro filho, o também compositor, Murilo Caldas.

Sílvio apareceu cantando em público pela primeira vez aos 6 anos nos saraus da Casa dos Bigodinhos e encarapitado nos ombros adultos no Família Ideal, bloco que saía pelas ruas de seu bairro, São Cristóvão.

Trabalhou desde muito cedo, aos 9 anos como mecânico. Também foi lavador de carros, chofer de táxi, de caminhão e particular, estivador, garimpeiro, e teve como "hobby" a pescaria e a culinária. Em 1924 mudou-se para São Paulo ainda trabalhando em oficinas mecânicas até 1927, quando retornou ao Rio.



Por esta ocasião, através do cantor de tangos Antônio Gomes, o "Milonguita", apresentou-se pela primeira vez na rádio Mayrink Veiga. Daí pra frente, cantou praticamente em todas as rádios do Rio de Janeiro.

Em 1929 compôs a sua primeira música, Mas...por que mulher?, em parceria com Quincas Freitas.

Seu primeiro registro em disco, de forma ainda amadora foi na Brunswik com o samba Quando o Príncipe chegar, em homenagem ao Príncipe de Gales, Duque de Windsor, em visita ao Brasil. Seu primeiro disco comercial deu-se em 1930 na Victor, com Amoroso, samba de sua autoria. Em 1931 participou da revista musical da Companhia Margarida Max, Brasil do amor cantando Faceira, de Ary Barroso, seu primeiro grande sucesso, onde na noite de 14 de maio de 1931 teve de bisá-la 8 vezes.

Como ator, trabalhou em várias peças como: Ri de palhaço, de Marques Porto e Paulo Orlando. Fez ainda parte do elenco nos filmes Favela dos meus amores, de 1935 (onde foi o Zé Carioca), Carioca Maravilhosa, de 1935 produzido Sebastião Santos e Luz dos meus olhos, de 1947 dirigido por José Carlos Burle.

Os apelidos que ganhou em sua trajetória artística foram "Rouxinol da Família Ideal", "O Cantor que Valoriza as Palavras", "Silvinho", "Poeta da Voz", "Seresteiro", "Caboclinho Querido", dado por César Ladeira, "A Voz Morena da Cidade", dado por Cristóvão de Alencar, ou simplesmente "Titio".

Com versos de Sebastião Fonseca de 1937, Sílvio lançou em 1951 a sua Violões em funeral, em homenagem a Noel Rosa. Em 1952 lançou pela Sinter a canção Silêncio do cantor, de Joubert de Carvalho e David Nasser, em homenagem a Francisco Alves, que em setembro daquele ano falecera, vítima de um trágico acidente automobilístico.

A partir de 1954 passou a gravar pela Columbia (mais tarde CBS e hoje Sony Music), recém-inaugurada em São Paulo. Em 1956 apresentou o programa Os Degraus da Glória, na Rádio Gazeta paulistana. Ainda na capital paulista, na TV Record, apresentou um programa semanal exclusivamente seu.

Com o surgimento da bossa-nova e a evolução dos estúdios de gravação, os vozeirões como o de Sílvio Caldas perderam espaço na mídia. Nosso "Titio" casou-se duas vezes, tendo uma filha, Silvinha, com a primeira mulher, e Silvio Caldas Filho, com a segunda.



Em 1965 mudou-se para um sítio em Atibaia, interior de São Paulo, a 65 Km da capital, onde viveu até seu último dia. Nesta cidade ocupou-se como agricultor.
Lançou um LP singular, com canções compostas por Lauro Miller, todas dedicadas à cidade de São Paulo e seus principais bairros. São conhecidas pelo menos duas edições desse disco, uma da RGE sem data e outra de 1968, pela Premier.

Parou de gravar no final da década de 70, mas sempre foi convidado a apresentar-se em espetáculos, adiando assim a sua despedida dos palcos. Em 1995, com 87 anos, Sílvio Caldas se apresentou em São Paulo no Sesc Pompéia, ao lado de Doris Monteiro, Miltinho, Noite Ilustrada e o Trovadores Urbanos, relembrando grandes sucessos da Música Popular Brasileira que, por sinal, ajudou a imortalizar.

Com sua voz aveludada e de grande extensão, utilizou-se de sua interpretação para se destacar de seus contemporâneos, tais como Francisco Alves e Carlos Galhardo e até mesmo Orlando Silva. Sílvio também teve outro destaque sobre os outros pois foi o único que realmente compunha.

Dono de uma saúde extraordinária, Sílvio Caldas foi o cantor de mais longa atividade na MPB. Infelizmente, no seu último ano da vida, o cantor sofreu crises de depressão e anorexia, falecendo por insuficiência cardiorrespiratória, na cidade de Atibaia (SP) no dia 03/02/1998.

MÚSICA NA CHAPA - RÁDIO DIFUSORA AM - 1420 khz
Todos os sábados: de 12h às 15h
www.difusorasjn.com.br

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